Apolo x Dionísio
(por Danilo Calegari)
Enquanto no domingo (7/10), o Brasil se ligava nas eleições, na Europa foi dia de clássicos e, entre eles, o maior de todos: El Clássico Barcelona x Real Madrid.
Na Itália, rolou o Derby della Madonnina que já teve cobertura exclusiva do Gol em Gol na temporada passada. Na França, Le Classique: o clássico das letras OM x PSG. Na Rússia, o clássico moscovita Spartak e CSKA.
O Derby della Madonnina (Imagem: 1000goals.com) |
E bem neste domingo, com o olhar futebolístico voltado para a Europa um amigo me disse que a moda europeia chegou ao Brasil. Começamos a chamar de Derby os Clássicos, os jogos dos times importantes de uma mesma cidade ou região. Ele disse com o ar filoeuropeu, como se tudo o que viesse do velho continente fosse melhor e superior, até quando se trata de futebol. Eu perguntei quem inventou essa coisa e ele disse que foi o Galvão que em uma transmissão repetiu umas 1903 vezes o significado da palavra Derby. Se meu amigo não se engana, a partida era Alemanha e Brasil, ano passado. Eu não me engano não e acho o Galvão um boca dourada. Ele tem a capacidade de transformar as palavras e expressões em ouro. Depois, cabe a nós eternizá-las.
Chamar uma grande partida de clássico é fazer referência à Grécia e a Roma e as artes e ao perfeccionismo: ao envolvimento de uma rivalidade inexplicável. Somente um desafio tão importante, capaz de mudar os ares de uma cidade, de fazer com que 90 minutos se estendam por uma semana antes e uma depois... Somente uma potência que eleva as energias do fenômeno a esta instância apolínia tem o direito romano e a tragédia grega de ostentar os louros deste nome clássico.
O zagueiro argentino Samuel comemora o gol da vitória interista (Foto: Goal.com) |
Aqui na Itália, o derby ou clássico teve cara de prato insosso e sem tempero. Apesar do início eletrizante com Abate falhando duas vezes, numa delas Samuel não perdoou, o resto se resumiu a pouca ação. Futebol pragmático de dois times que pareciam não querer jogar.
Depois do 1 a 0 logo aos três minutos do primeiro tempo, a Inter tratou de se defender e o Milan arriscava principalmente com as bombas de Montolivo. Ele chegou até a marcar um, só que o árbitro, muito contestado, anulou e também não marcou um pênalti em Robinho no segundo tempo. No final, uma bocada de ar para a Inter e um mergulho cada vez mais profundo para o Milan.
Se compararmos com o clássico francês, na partida italiana faltou emoção, vontade, determinação, garra, etc... Em Marselha, Ibrahimovic e Gignac, artilheiros de pedigree diferente, mas que sabem deixar suas marcas, fizeram dois cada e fecharam um resultado que marca a igualdade das equipes. O OM segue com três pontos de vantagem na liderança do Francesão.
Craques extraterrestres (Foto: TheWest.com.au) |
Se compararmos com o clássico espanhol, bom... Barcelona e Real Madrid são as duas melhores equipes da atualidade, com um jogador extraterrestre cada lado – nem precisa dizer quem são eles – e de resto, um elenco com potência atômica. Não sobra muita coisa para falar. Foi um jogo válido pela sétima rodada do Espanhol, só isso, com cara de final interplanetária.
Na Rússia, vitória tranquila do CSKA sobre o rival Spartak: 2 x 0.
Enquanto a capital do futebol italiano vai amargando na crise, a Juventus continua líder seguida do Napoli. Ambas venceram seus confrontos e se enfrentam na próxima rodada para ver quem consegue se isolar na liderança.
Confira os resultados da 7° rodada do Calcio.
Chievo 2 x 1 Sampdoria
Roma 2 x 0 Atalanta
Genoa 1 x 1 Palermo
Torino 0 x 1 Cagliari
Siena 1 x 2 Juventus
Pescara 0 x 3 Lazio
Fiorentina 1 x 0 Bologna
Catania 2 x 0 Parma
Napoli 2 x 1 Udinese
Internazionale 1 x 0 Milan
Os resultados dos clubes italianos na Champions e na Uefa League.
Convocação da seleção italiana para os jogos contra Armênia, 12/10, e Dinamarca, 16/10.
Goleiros: Buffon (Juventus), De Sanctis (Napoli), Sirigu (Paris St. Germain), Viviano (Fiorentina).
Defensores: Abate (Milan), Balzaretti (Roma), Barzagli (Juventus), Bonucci (Juventus), Chiellini (Juventus), Criscito (Zenit St. Pietroburgo), Maggio (Napoli), Ogbonna (Torino), Ranocchia (Inter).
Meio-campistas: Candreva (Lazio), De Rossi (Roma), Diamanti (Bologna), Giaccherini (Juventus), Marchisio (Juventus), Montolivo (Milan), Pirlo (Juventus), Verratti (Paris St. Germain).
Atacantes: Balotelli (Manchester City), Destro (Roma), El Shaarawy (Milan), Gilardino (Bologna), Giovinco (Juventus), Osvaldo (Roma).