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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Em ritmo de treino, Brasil atropela Camarões em sua estreia no futebol feminino dos Jogos Olímpicos e assume a ponta do Grupo E


Vice-campeã nas duas últimas Olimpíadas, a seleção brasileira feminina de futebol estreou com uma tranquila vitória nos Jogos de Londres. Nesta quarta-feira, em Cardiff, o Brasil atropelou a seleção de Camarões por 5 a 0, em duelo válido pelo grupo E. Assim, a seleção nacional assume a liderança da chave. No outro jogo do grupo, também nesta quarta, a Grã-Bretanha superou a Nova Zelândia por 1 a 0.

Comemoração de um dos gols do Brasil contra o Camarões

Na segunda rodada, a seleção brasileira vai enfrentar a Nova Zelândia, no sábado, a partir das 10h30. O duelo entre Camarões e Grâ Bretanha acontece no mesmo dia, às 13h15.

"Fizemos uma boa partida, os gols foram importantes, já visando o próximo jogo. Foi importante ter feito 5 gols, mas estamos com os pés no chão. É só o primeiro jogo, temos que melhorar mais ainda", disse Marta, autora de dois gols, depois do confronto. 

Os dois primeiros gols marcados pela equipe comandada por Jorge Barcellos saíram no primeiro tempo de jogo. Logo aos seis da etapa inicial, Francielle cobrou falta da esquerda e a goleira Ngo Ndom aceitou. Três minutos depois, a mesma Francielle bateu escanteio da esquerda e encontrou a cabeça de Renata Costa para anotar o segundo.

Na etapa complementar, Marta cobrou pênalti, aos 26, e aproveitou cruzamento da linha de fundo, aos 42, para marcar dois, enquanto Cristiane fez um golaço, aos 33, para se tornar a maior artilheira da história das Olimpíadas.

O Jogo

Os cinco primeiros minutos da partida foram de tensão para a Seleção Brasileira. Camarões começou no ataque e pressionou a equipe logo após o apito inicial da árbitra Jenny Palmqvist. Entretanto, a displicência defensiva das africanas levou o time à ruína. Após cometer falta na esquerda e receber o amarelo, Manie viu Francielle enganar a goleira Ngo Ndom e colocar a bola no canto que a camisa 1 havia armado a barreira.

O gol marcado no início do confronto foi um banho de água fria para as camaronesas. A equipe não se encontrava em campo e ainda tinha que superar a insegurança de sua arqueira. Ao ganhar escanteio pela esquerda, Francielle cruzou para dentro da área e encontrou a cabeça de Renata Costa. A jogadora subiu mais alto que as demais e testou firme para marcar o segundo da Seleção.

Com a vantagem estabelecida no marcador, a equipe brasileira passou a cadenciar o jogo e tocar a bola em seu setor defensivo. O time sentiu muito a falta de uma armadora no meio-campo e encontrou dificuldades para sair jogando com qualidade. As três zagueiras posicionadas à frente da goleira Andreia tentavam trabalhar a bola, mas distribuíam bolas ruins para o ataque.

A dificuldades de envolver a marcação africana levou a equipe a arriscar de fora da área. Formiga, aos 19 minutos, foi a primeira a chutar de longe, seguida por Francielle e Ester no restante da etapa inicial. Os tiros, entretanto, não levaram qualquer perigo a Camarões e se perderam na linha de fundo.

Mesmo sem pressionar suas adversárias, as jogadoras brasileiras conseguiam dominar o meio-campo e livrar Andreia de qualquer ameaça. O time ainda teve uma boa chance aos 38 minutos e quase ampliou o marcador em uma nova falha da goleira Ngo Ndom. Ester tentou novamente de fora da área e viu a arqueira rebater de forma esquisita para a linha de fundo.

No segundo tempo, Jorge Barcellos apostou na experiência de Cristiane para o lugar ocupado pela jovem Thais Guedes. A alternativa seria um modo de fazer com que Marta entrasse no jogo e conseguisse se livrar da marcação para criar novas alternativas na frente. Contudo, a mudança não provocou resultados imediatos e manteve a equipe com a mesma postura tática em campo.

A apatia demonstrada por Marta em campo foi quebrada apenas aos nove minutos da segunda etapa. A jogadora, eleita cinco vezes a melhor do mundo pela Fifa, recebeu bom passe do meio-campo e partiu livre de marcação. Ao tocar na saída de Ngo Ndom, a atleta foi ao chão e pediu o cartão vermelho para a goleira. A juíza, no entanto, ignorou as reclamações e mandou o jogo seguir.

Em resposta, Marta apareceu novamente aos dez minutos. A jogadora tentou aproveitar sobra na pequena área e só não empurrou para as redes, porque Ngo Ndom se lançou aos seus pés e conseguiu segurar a bola. O lance trouxe mais confiança para a desacreditada arqueira, que passou a sair de sua meta e evitar o perigo iminente que os cruzamentos traziam para sua equipe.

Enquanto a goleira se recuperava e evitava o perigo pelo alto, as jogadoras de defesa continuavam displicentes. Aos 26 minutos, Marta receberia cruzamento da esquerda, mas foi empurrada dentro da área e ganhou a penalidade máxima para o Brasil. A camisa 10 da Seleção tomou a bola e chutou no canto de Ngo Ndom para ampliar a vantagem no marcador.

Antes do término da partida, a Seleção chegaria ao quarto gol com Cristane. Após Ngo Ndom praticar uma linda defesa em um chute da atacante, a atleta não desperdiçou aos 33 minutos de jogo e marcou um golaço. A jogadora invadiu a área e driblou a goleira para anotar o gol que a levou ao posto de maior artilheira da história dos Jogos Olimpícos.

Os 11 gols marcados por Cristiane em todas as edições das Olimpíadas motivaram um respeito excessivo por parte das camaronesas. Ao criar uma jogada na linha de fundo, a atacante carregou toda a marcação consigo e conseguiu o cruzamento para dentro da área. Confusa, a goleira Ngo Ndom não acompanhou e viu Marta selar a goleada com um chute da marca de pênalti.


Fonte: ESPN Brasil

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