Direto da Itália: a fase do 'vive-vive' da Euro 2012

Fase do vive-vive

(por Danilo Calegari)

E hoje a Euro já recomeça.

É muito estranho ficar um dia sem jogo, depois de uma semana inteira enxergando e ouvindo futebol e tudo o que está ligado a ele. Nesse primeiro dia de folga, os comentaristas, sem partidas para comentar, resolveram fazer o balanço geral. Falou-se de tática, de prática, de infraestrutura, de legado para o futuro, de elefantes brancos, de gatas torcedoras seminuas, de brutamontes racistas, de protestos, da culinária polaco-ucraniana, etc.

A bola da Euro 2012 e ao funfo o belíssimo Estádio Nacional de Varsóvia (foto: Eba Esportes)

Uma pergunta que sempre me vem nessas horas é: Por que a Eurocopa dá de dez a zero na Copa América ou qualquer outra copa continental? São os estádios melhores e com gramados impecáveis? São os uniformes mais coloridos e bonitos? Temos na Copa América a ultra predominância cromática do amarelo. Algum vermelho e o azul celeste. São os torcedores que, mais próximos do campo, transformam a emoção? Não sei! Tenho a impressão de que a Copa América é aquele cirquinho anunciando no megafone os espetáculos, enquanto a Euro é o Cirque de Soleil.

Depois, com a crise econômica, as torcidas nem estiveram ao máximo. Menos torcedores viajaram e ingressos sobraram nas bilheterias. Dizem que a Ucrânia, país que abriga a final, tem ganhos inferiores aos da Polônia por ser menos turística (o que tem de turístico na Polônia?), por ser ex da URSS e também por hospedar somente duas seleções – a própria Ucrânia e a França.

Alemanha x Grécia (imagem: oleole.com)

Há também quem insista em analisar o torneio sobre a perspectiva da história, da crise de valores, do comportamento e da crise. E é daí que sai um confronto revelador para o futuro do continente: o pastor alemão contra o cavalo de Tróia - a traineira do mar do Norte que tem a missão de puxar os “irmãos” europeus para o alto e a decadência helenística que, além dos últimos presentes indesejáveis, quer justamente se desassociar da instituição que ela mesma criou. Alemanha e Grécia jogam em Gdansk amanhã às 15h45 do horário de Brasília.

Espanha x França (imagem: oleole.com)

A história futebolística recente nos presenteou com uma grande partida nas oitavas de final de 2006 entre Espanha e França que, sábado 23/06, farão um jogo desta vez sem muitas surpresas. Esperamos o contrário, porém os jogadores franceses decidiram se revoltar. Depois da partida contra a Suécia, muita discussão e porrada nos vestiários. Segundo Malouda “A gente se deu umas bombas (...) e isso acordou alguns demônios dentro da gente”. Oh lá lá! Como em 2010, o barraco francês explodiu. Vamos esperar que Benzema acorde justamente contra o país no qual ele joga e onde é ídolo. Espetáculo acima de tudo.

Inglaterra x Itália (imagem: oleole.com)

O segundo jogão das quartas é o último desta fase. Inglaterra e Itália farão em Kiev uma partida esperada. Tanto Balotelli quanto Rooney querem aparecer e é a chance de Super Mario terminar seu discurso – se Bonucci deixar – na frente de seus colegas ingleses.

República Tcheca x Portugal (imagem: oleole.com)

O primeiro jogão é justamente o de hoje. De acordo com as prestações das equipes, podemos sentar e esperar coisa boa, principalmente se CR7 repetir sua última atuação. República Tcheca e Portugal em Varsóvia às 15h45min. do horário de Brasília.

E a fase do Vive-Vive (quem vencer continua) começa bem no dia do solstício de Verão no hemisfério Boreal. Que isso traga bons auspícios para os jogadores. E que nós, torcedores e amantes do bom futebol, possamos presenciar de casa só espetáculo. E para quem está lá, do ladinho do gramado, sentido os toques na bola ecoarem, ouvindo o barulho da rede desflorada, muita paz e respeito mútuo. O futebol é mais bonito com sorriso.

Veja, abaixo, o belo vídeo da campanha sobre o respeito no futebol, produzido pela UEFA:

(vídeo retirado do Youtube)