Direto da Itália: o futebol em luto após a morte de Morosini

Piermario Morosini

(por Danilo Calegari)

Mais uma morte em campo – quantas nesses últimos tempos? Alguém sabe? O que se pergunta é: como pode um atleta morrer quase sempre com problemas cardíacos? Desde 2003, depois do camaronês Marc Vivien Foe, os casos se repetem constantemente.

Piermario Morosini (foto: paologarrisi.com)

Procurei nem olhar as imagens. Não me sinto bem vendo o cara ali correndo, todo cheio de saúde, jogador profissional, desmoronando no gramado e, em poucos minutos, dando tchau pra vida. A primeira coisa na qual pensei foi: e a família de Morosini acompanhando a partida? Antes mesmo de construir diversas imagens, soube que o garoto tem somente uma irmã portadora de necessidades especiais. Seus pais morreram quando ele ainda era adolescente. Seu outro irmão, igualmente portador de necessidades especiais, também já faleceu. Sua irmã só contava com ele. E era Morosini que se lhe ocupava. História triste.

Os clubes Livorno e Atalanta – onde Morosini atuou pelas categorias de base – já se propuseram a criar um auxilio vitalício à Maria Carla, irmã de Morosini.

Logo em seguida ao triste fato, a FIGC (Federação Italiana de Futebol) decidiu que todos os jogos da 33° rodada seriam transferidos para o dia 25 de abril. Foi um gesto forte e sublime da FIGC. Serviu para refletir e respeitar a dor de quem era próximo a Morosini e ao esporte. 

Camisa 25 de Morosini (foto: globoesporte.com.br)

Entretanto, a atitude não foi valorizada. Já nas primeiras horas desta segunda, enquanto a autópsia está sendo executada, alguns dirigentes reclamam e querem alterar novamente a data. Pura falta de sensibilidade. Estória ainda mais triste.

Mas o Gol em Gol é sensível e começa a semana lamentando mais uma dessas coisas absurdas que acontecem no terreno tanto apreciado pela gente. Descanse não só em paz, Morosini, mas sim correndo atrás da bola, num gramado cósmico e infindável.