Teve frio, Neymar perdendo pênalti e pressão do Universidad de Chile. Mas diferentemente do jogo realizado no distante 22 de agosto, em Santiago, o craque de moicano fez seu gol, comandou o time e ajudou o Santos a alcançar a vitória por 2 a 0 sobre a La U, que rendeu o inédito título da Recopa Sul-Americana ao Alvinegro. O Peixe já havia conquistado torneio homônimo em 1968, mas com formato completamente diferente - na época, era um campeonato disputado entre os times sul-americanos que já haviam sido campeões mundiais (Santos, Racing e Peñarol).
O Santos levanta a taça (Foto: Marcos Ribolli) |
A taça manteve a média santista de dois títulos por temporada. Em 2010, o Peixe levou a Copa do Brasil e o Paulistão. No ano seguinte, novamente Paulistão e a Libertadores. Agora, nesta temporada, além do estadual, conquista a Recopa.
Também foi o primeiro jogo de Neymar pelo Santos depois da venda do amigo Paulo Henrique Ganso para o São Paulo. Aparentemente, porém, o craque não sentiu tanta falta do antigo maestro, já que mesmo perdendo pênalti comandou o time na vitória que rendeu o título.
- Estou muito feliz, mais um título no ano. Só tenho a agradecer aos meus companheiros e aos torcedores que me apoiaram. Muita gente não dá valor para a Recopa, mas nós damos. E nós não tínhamos essa conquista, agora temos. É o terceiro ano seguido que conseguimos dois títulos no ano - comentou Neymar, que dedicou o título também ao amigo Ganso.
- Paulinho, você faz parte disso, você jogou o primeiro jogo lá no Chile. Este título é seu também - disse Neymar, em entrevista à Fox. Foi o sexto título dele com o Santos em quatro anos como profissional, o primeiro com a tarja de capitão.
Ainda sonhando voltar à Libertadores, o Santos joga pelo Campeonato Brasileiro contra o Grêmio, às 18h30, no Olímpico, em Porto Alegre. O Peixe tem 33 pontos, 11 a menos que o Vasco, quarto colocado, e só seis a mais que o Sport, primeiro time na zona do rebaixamento.
Neymar, perseguido por zagueiro do Universidad de Chile (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) |
Neymar contra a rapa
O primeiro tempo no Pacaembu pareceu uma reprise da etapa inicial do jogo de ida entre Santos e Universidad de Chile, no congelante Estádio Nacional, em Santiago, no dia 22 de agosto. O frio, guardada as devidas proporções, também foi forte - média de 12ºC em São Paulo, contra 5ºC em Santiago, no dia daquela primeira decisão. Em campo, Neymar novamente conduziu todas as principais jogadas alvinegras, assim como no Chile. E La U, de forma coletiva, respondeu à altura. A diferença – para alegria dos santistas – foi um gol de Neymar, mas novamente o astro de moicano desperdiçou uma penalidade.
O craque mostrou muita vontade desde o início, e antes mesmo do primeiro minuto já assustou em chute perigoso, que passou à direita de Herrera. Lances de efeito, como toques de letra e até chapéu, eram exibidos com naturalidade pelo camisa 11 santista.
La U, por sua vez, encontrou nas costas do lateral-direito Bruno Peres um bom caminho para ameaçar o Santos. Por ali, Lorenzetti e Ubilla criavam boas jogadas. Na maioria das vezes pelo alto, o time chileno quase vencia Rafael, irritado com os erros da defesa.
Pela esquerda na maioria das vezes, o camisa 11 fazia boa dupla com o veterano Léo. Na primeira dobradinha deles, o atacante recebeu bom passe do ala e só foi parado porque sofreu falta. Na segunda – e mais bela – jogada, não teve jeito para a La U. Léo deu belo drible ainda na defesa e lançou Felipe Anderson. O meia arrancou até a linha de fundo e achou Neymar. De forma inteligente, ele usou André como parede. O centroavante devolveu belo passe para o craque, que só deslocou Herrera, aos 27 minutos.
Patito, Neymar e André comemoram o primeiro gol do Santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) |
Àquela altura, o bom volante Aránguiz, destaque no jogo de ida, era o homem das bolas paradas e também levava perigo nos cruzamentos. Gutiérrez e Rodríguez, este segundo de cabeça, aos 35 minutos, quase empataram. Mas foi o Peixe que teve a chance de ampliar o placar.
Pela direita da grande área, Neymar dominou lançamento de Durval e foi pra cima de dois marcadores. Depois de puxar para a esquerda, o craque girou o corpo em direção ao lado contrário e foi derrubado. Pênalti, que ele mesmo cobrou – mal – nas mãos de Herrera, aos 46 do primeiro tempo. No jogo de ida, o camisa 11 também errou, mas isolando por cima do gol de Herrera, após escorregar no momento da finalização.
Bruno Rodrigo amplia e Peixe é campeão
No intervalo, o técnico da Universidad de Chile, Jorge Sampaoli, fez duas mudanças: trocou o volante Aránguiz pelo meia Marino, além do zagueiro Rodríguez pelo atacante Castro. Aparentemente, as substituições surtiram efeito. Em um dos primeiros lances da etapa final, quase saiu o empate. Ubilla aproveitou sobra dentro da área e, de cabeça, mandou por cima do gol de Rafael.
Bruno Rodrigo fez o segundo (Foto: M. Ribolli) |
Com 1 a 0 no placar, a partida ficou eletrizante e aberta para os dois lados. Enquanto La U tentava a igualdade, o Alvinegro respondia quase sempre com Neymar, para tentar fechar o placar e definir o título. Depois de certa indefinição, foi o Santos que conseguiu seu objetivo primeiro.
Ainda que indiretamente, Neymar teve participação no gol, já que sofreu falta pela esquerda que originou o segundo tento santista. Na bola parada, Felipe Anderson cruzou na cabeça de Bruno Rodrigo, que testou no canto esquerdo de Herrera, inflamando novamente o Pacaembu, aos 15 minutos. Na comemoração, o zagueiro homenageou o filho Davi.
Na sequência, tanto Santos como La U tiveram boas chances para mexer mais no placar, mas ambos não tiveram sucesso. Na melhor oportunidade dos chilenos, Gerson Magrão, substituindo Léo, lesionado, estava atento para tirar a bola dos pés de Castro, que certamente faria o gol. Pelo lado alvinegro, várias vezes o argentino Pato Rodriguez demorou na hora de tocar ou escolheu a jogada errada em lances que poderiam virar o terceiro gol santista.
Ao som de “o campeão voltou” entoado pelos santistas, o Peixe levantou o título da Recopa, inédito para o clube neste formato, e manteve a média de duas conquistas por temporada, tradição desde 2010.
O time do Santos, campeão da Recopa (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) |
Fonte: Globo Esporte
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